Metallica fez melhor show da noite e Ghost fez o pior com 'missa satânica'.
Zombie e Sebastian foram bem; Sepultura repetiu dose e Alice foi morno.
As reações e as estampas de camisas da plateia deixaram claro: a maioria nesta quinta-feira (19) foi até a Cidade do Rock para ver o Metallica. As 85 mil pessoas vibraram muito mais com a banda californiana do que com qualquer outra. Em outros shows, foi comum ouvir gente pedindo Metallica, inegavelmente donos do melhor show da noite. Mas o primeiro dia do metal teve, claro, outras bandas que se destacaram, positiva e negativamente. No Palco Sunset, a plateia chegou mais cedo do que no primeiro fim de semana. Sebastian Bach e Robie Zombie fizeram shows concorridos, mas as bandas brasileiras que tocaram antes também tiveram apoio maior do que de costume. Zombie apresentou um "filme de terror ao vivo" e Sebastian mostrou hits do Skid Row e pose de ex-galã.

Dois shows pouco animados antes e meia hora de atraso não esfriaram o show do Metallica, melhor da noite; de longe. A banda variou o repertório em relação ao festival de 2011, mesmo sem disco de inéditas. "Nothing else matters", "Enter sandman" e "Sad but true" continuaram, com competência usual. "Master of puppets" causou pandemônio

O show do Alice in Chains mudou de ares com "Man in the box". O riff, tocado com precisão por Jerry Cantrell - o centro de energia da banda - jogou a apatia do público para o lado. Só assim o cantor William DuVall pareceu sair do automático. A competência técnica não impediu que, no final do show, vários fãs se sentassem
Para um vocalista que se diz "Papa macabro", até que o homem de frente do Ghost é simpático. "Boa noite, Rio", disse, em português. "Muito obrigado, gente", disse, pouco depois. "Vamos participar", pediu no final, quando mandou beijos. Como a música foi mal recebida, o figurino do Ghost foi ainda mais importante

Até que enfim o dia do metal chegou!" Era Andreas Kisser do Sepultura dando vazão no microfone às reclamações sobre a avalanche pop no line-up. Diante do sucesso da apresentação conjunta com o grupo francês de percussão Tambours du Bronx na última edição, saíram do Sunset e foram "bater lata" no Palco Mundo
A organização informou que houve falha no abastecimento de água na Cidade do Rock. Enquanto funcionários trabalharam para solucionar o problema, o abastecimento das cisternas foi garantido por caminhões pipa. Pouco antes do show do Metallica, mulheres usaram o banheiro ao lado da roda gigante mesmo com um grande vazamento. Houve falta de água, mas o fornecimento foi restabelecido, segundo a organização do festival, que enviou uma equipe de operações e não chegou a interditar o espaço.
Não se viu tanta gente tão cedo no Sunset nos outros dias de festival. Já nos shows da tarde, o povo de camisas pretas lotou a frente para ver os shows de Híbria e Almah; e Sebastian Bach. Até no primeiro show (República, Dr. Sin e Roy Z), havia mais gente do que o normal. Para sentir o calor dos metaleiros, o G1 entrou na rodinha no show do Híbria
Aos 45 anos, Sebastian Bach não tem a mesma potência vocal do começo (ou do meio) da carreira. E também não tem o mesmo porte e a mesma pose de conquistador. Mesmo assim, o ex-galã se deu bem no Palco Sunset com músicas do Skid Row, banda de glam rock da qual foi vocalista. "18 and life", "Youth gone wild" e "I remember you" foram as mais cantadas
Enquanto Edu Falashi, vocalista do Almah, anunciava a saideira, foi interrompido pelo público aos gritos e "Seiya", primeiro nome do personagem de um dos cavaleiros do desenho. O cantor, que já foi vocalista do Angra, gravou a canção "Pegasus fantasy" para o filme. Sem graça, entoou alguns versos à capela. A concessão foi bem vinda e celebrada pelos fãs metaleiros


Fãs de Metallica beijam o chão da Cidade do Rock, ao pisarem na grama do local pela primeira vez, no começo da tarde, logo após a abertura dos portões
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